As vendas de veículos importados vão de mal a pior
segundo os executivos da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras
de Veículos Automotores), o que tem resultado na demissão de cerca de 10 mil das
35 mil pessoas que as empresas da associação emprega atualmente.
O problema, claro, foi o aumento do IPI em 30 pontos
percentuais, além da alta do dólar, que já faz algum tempo é comercializado a
pouco mais de R$ 2. Com isso, a Abeiva anunciou queda de 21,6% no volume de
vendas de veículos, no acumulado de janeiro a junho deste ano, em relação a
igual período do ano passado, quando foram vendidas 90.518 unidades.
A Kia, como representante de maior volume de vendas,
responsável em 2011 por quase a metade da quantidade de carros comercializados
pela Abeiva, foi a que mais apresentou retração. De fato, se excluirmos os
números da Kia no primeiro semestre de 2011 e 2012, o resultado é quase igual,
com 49.852 veículos em 2011, ante 48.909 em 2012.
Mesmo assim, todas as 29 associadas da Abeiva estão
desanimadas, desiludidas e em depressão com a situação, pois como tiveram um
2011 excepcional, esperavam um 2012 tão bom quanto ou até melhor. “A situação não
é só negativa, é desesperadora”, afirmou o presidente da Abeiva, Flávio
Padovan. “Muitas empresas operam com margem negativa”, lamentou.
Todos perdem
Neste samba do crioulo doido, todos perdem, e claro, quem
perde mais é o consumidor, pois já existem boatos de montadoras que pensam em
deixar de operar diretamente no Brasil. Mas, além de reduzir imediatamente 10
mil postos de trabalho, as empresas associadas projetam vendas 40% menores em
2012 em relação à 2012, em um momento que a indústria automotiva nacional deve
apresentar crescimento de 5%.
Com isso, a quantidade de imposto recolhido pelo governo,
provindo das importações de veículos, também sofrerá queda de 40%, de R$ 6
bilhões em 2011 para R$ 3,6 bilhões este ano.
Para sobreviver, a Abeiva pleiteia junto ao governo a
revogação do aumento do IPI, ou um plano de cotas de isenção para a aplicação
do imposto.
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