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Farol Alto

Respeito ao consumidor

terça-feira, 3 de abril de 2012

Boletim 4/2012 – 3 de abril

Alexandre Akashi

Já faz alguns dias (mais exatamente 10 dias), publiquei no nosso blog a nota Alerta pirata em que a fabricante de filtros micronAir divulgou ter detectado a presença irregular de produtos com a marca dela no mercado. Este é um mal que precisa ser combatido.

Filtro da microAir pirata (abaixo)
é bem diferente do verdadeiro
Como de praxe, escrevi para a empresa, via assessoria de imprensa, com alguns questionamentos. Logo depois que encaminhei minhas perguntas, pensei: duvido que respondam. Mas, para minha surpresa, as respostas chegaram semana passada.

Minha dúvida deriva-se do fato que, em 99% das vezes que uma empresa detecta a presença de produtos piratas no mercado, raramente toma a decisão acertada de denunciar o caso, não apenas para as autoridades, mas para alertar a sociedade em geral, e dar mais explicações aos consumidores.

No mercado de autopeças, centenas de marcas dos mais variados produtos são falsificados, principalmente rolamentos, retentores , pastilhas de freio, caixas de direção, catalisadores, amortecedores, palhetas limpadoras de vidros, filtros, velas de ignição, anéis de pistão e lâmpadas.

Filtros de cabine ainda eram novidade, até o último dia 22. De acordo com o responsável pelo aftermarket nacional da micronAir, Luciano Ponzio, a identificação da peça pirata ocorreu por acaso. “Um cliente nos ligou e informou que não encontrava um filtro com as mesmas medidas do que estava instalado no seu veículo”, revelou Ponzio ao contar que durante a conversa, percebeu que “não se tratava de um item do nosso portfólio de produtos e, desta forma, solicitamos que este cliente nos enviasse a peça.”

Ponzio explica que por enquanto o problema foi identificado nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, apenas para o Fiat Palio, e que por enquanto estuda a melhor forma de ação para combatê-lo. “Este é um tema muito delicado, pois o problema foi identificado por um usuário final, que é uma vítima”, disse.

“Em nossa filosofia de trabalho, temos imenso respeito pelos nossos clientes e, desta forma, não gostaríamos de submetê-los a nenhum tipo de constrangimento com perguntas consideradas “investigativas” ou até mesmo colocando-os em posição de fragilidade diante dos profissionais que o atenderam na montagem do filtro, pois eles, muito provavelmente, também são vítimas. Então, por enquanto, a melhor maneira que encontramos para enfrentar este problema em todos os elos da cadeia é a difusão da informação tanto para os profissionais do setor de reposição como para os consumidores finais.”, comentou Ponzio.

Infelizmente, estamos sujeitos a esse tipo de ação. A micronAir até agora tem acertado na fórmula, ao alertar o consumidor que a marca dela está sendo utilizada de forma irregular por espertinhos que gostam de ganhar dinheiro às custas do trabalho alheio. É importante informar que a comercialização de produtos piratas é crime e quem aplica peça pirata pode ser responsabilizado por eventuais acidentes que possam vir ocorrer, em decorrência do uso de componente de má qualidade.
Em caso de suspeita de falsificação, existem organismos que podem auxiliar reparadores e consumidores em geral, como o Grupo de Manutenção Automotiva (GMA) e o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

Outra forma muito eficaz de combater a pirataria é por meio da certificação de produtos, uma vez que ela obriga fabricantes e importadores a submeter os componentes para análise de um organismo acreditado pelo Inmetro. Recentemente, o GMA e o IQA - Instituto da Qualidade Automotivo, organismo sem fins lucrativos que realiza este tipo de certificação, exclusivamente para empresas do setor automotivo, divulgaram nota sobre a ampliação da certificação de autopeças no Brasil (veja nota publicada no blog).

Assim, diga não à pirataria. O assunto é antigo, mas deve ser lembrado sempre, pois os prejuízos são muitos, para a grande maioria da sociedade. A miconAir agiu acertadamente ao levar o fato aos consumidores que agora podem ficar espertos e não comprar gato por lebre. As demais fabricantes, sigam este exemplo, e batalhem para que a certificação compulsória também seja uma necessidade para o seu produto. Esta é uma forma inteligente de premiar quem investe em tecnologia.

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