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Comentário do presidente da Abeiva, Flavio Padovan, sobre os 3,1% de representatividade das vendas da Abeiva no mercado de 0km |
A Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras
de Veículos Automotores) apresentou os números de vendas de julho, e mais uma
vez houve lamentações em relação à atual situação, com vendas em queda 4,1% em
relação à junho (10.739 veículos em julho ante 11.202 em junho), e
impressionantes 41,5% em relação à junho de 2011, quando foram emplacados
18.346 veículos.
De acordo com o presidente da Abeiva, Flavio Padovan, por
conta da queda nas vendas, as empresas associadas já demitiram cerca de 5 mil
funcionários, dos 10 mil previstos até o fim do ano. Este é o resultado direto
do aumento de 30 pontos percentuais no IPI dos carros importados que não são da
Argentina ou México, países do Mercosul ou que o Brasil tem acordo comercial
bilateral, com isenção de impostos.
Interessante notar que no volume de vendas de julho, os
10.739 carros importados pelas empresas da Abeiva correspondem a apenas 3,1% do
total de veículos comercializados no Brasil. Ao todo foram vendidos 351.410
automóveis (passeio e comerciais), sendo 80,1% fabricados no Brasil, 16,6%
importados pelas montadoras da Anfavea (Argentina, México e outros países),
3,1% da Abeiva e 0,2% de outras fontes independentes. “É desse número que a
Anfavea tem medo”, comentou Padovan em tom de decepção.
A montadora que mais vende carros na Abeiva é a Kia
(3.696 unidades em julho), seguida da JAC Motors (1.482) e da Chery (1.162).
Ironicamente, o aumento do IPI afetou estas três de forma mais intensa, uma vez
que são marcas com produtos que competem diretamente com os modelos de maior
vendas das montadoras da Anfavea.
Depois vem Land Rover (701), Suzuki (666), BMW (638) e
Audi (467), que têm público mais seletivo, que não enxergam tanto preço, mas
imagem e status. Que consumidor de Land Rover, BMW ou Audi se importa com 30%
para mais ou menos, quando está realizando o sonho de consumo?
3,4 vezes mais
A Abeiva tomou a iniciativa e abriu algumas contas sobre
o que ocorre com o preço do carro importado no Brasil. Em exemplo hipotético,
em carro que lá fora custa R$ 100.000, com motor acima de 2.0l, chega aqui para
o consumidor brasileiro por nada menos do que 3,4 vezes mais.
Isso mesmo. As contas são as seguintes de acordo com a
Abeiva:
Imposto de importação: 35% - R$ 135.000
Despesas aduaneiras: 3% - R$ 138.000
ICMS+PIS+COFINS: 54% - R$ 192.000
Margem (lucro): 7,5% - R$ 199.500
IPI: 55% - R$ 309.000
Margem do concessionário: 10% - R$ 340.147
Padovan lembra que os carros que vem do México e
Argentina não pagam 35% de importação e têm desconto de 30 pontos percentuais
no IPI, o que reduz consideravelmente os custos.
Em outras palavras, a classe média que sonhava em comprar
Audi e BMW hoje volta a por os pés no chão e se contenta com o que tem ai. E
ainda querem incentivar o desenvolvimento de inovação tecnológica no país.
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