Boletim 24/2012 – 22 de agosto
Alexandre Akashi
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Manuais técnicos ensinam a montar os componentes e apertar parafuso, porém é preciso ir além |
Aprender é sempre uma boa. A questão principal é: aprender o
que? A resposta depende do que você quer ser, mas saiba, não existe certo ou
errado. O que existe, e isso sim é válido, é satisfação. É, portanto, uma
questão filosófica.
Em uma oficina, é importante do dono dela entender de consertar
carros, certo? Nem sempre. Há diversos exemplos de sucesso em que o
proprietário é responsável pela administração do negócio e pouco entende de
técnica.
A Auto Check Saúde, em São Paulo, é uma delas. O proprietário, Sr.Lauro,
cuida com maestria da parte administrativa, enquanto os mais jovens tocam a
parte técnica da oficina. Um não viveria bem sem o outro.
Defendo, assim, uma união de habilidades. Foi assim que a
Mecânica Mack, também em São Paulo, tem obtido cada vez mais sucesso. Há cerca
de dois anos, o cliente que virou amigo Sr.Ubirajara, engenheiro civil de profissão
que durante anos gerenciou empreendimentos imobiliários - da fundação até a
entrega dos imóveis -, foi convidado por Ademir, dono da oficina, para
gerenciar o setor administrativo.
Em pouco tempo, Ubirajara colocou em prática um plano para
extrair o máximo de informações sobre as atividades da oficina, para
identificar gargalos e locais onde era possível melhorar os processos, reduzir
desperdícios e também saber se cada orçamento passado era lucrativo ou não.
Pôs em ordem o estoque, com total controle do que tem e precisa
comprar (para não comprar demais nem de menos), levantou informações
importantes sobre os tipos de carros que passam pela oficina e mostrou como
fazer o dinheiro render mais.
Ah, Alexandre, mas esse negócio de administrar não é comigo! Sou
profissional da ferramenta, não levo jeito com papel! Então, caro amigo, você
precisa encontrar o seu Sr.Ubirajara.
Mas Alexandre, faz 50 anos que tenho oficina e sempre foi assim,
por que mudar agora? Porque, caro leitor, o mundo mudou. Os carros que você
consertava há 50 anos são totalmente diferentes dos carros de hoje. Você mudou
a forma de consertá-los, e precisa agora mudar a forma de administrar o seu
negócio.
Parafraseando o Sr.José Palacio, do IQA – Instituto da Qualidade
Automotiva, “onde você quer estar daqui a cinco anos?” Esta é a pergunta que
ele sempre faz antes de iniciar uma palestra para empresários do aftermarket. É
uma boa questão.
Agora, faço outra: que tipo de carro você estará reparando daqui
a cinco anos? Podem ser os mesmos de hoje, os lançamentos que as montadoras apresentam
hoje, que trazem tecnologias novas, que não existiam há 10 anos. E o que mudou
no seu negócio nestes últimos 10 anos?
Tenho conversado bastante com representantes das indústrias de
autopeças e cada vez que chego no tema assistência técnica me surpreendo de
saber que ainda há muita dúvida sobre a forma correta de instalação de uma
peça, ou montagem de um sistema, mas dificilmente me dizem que o reparador não
encontra o diagnóstico correto.
E esse é o problema. Todo mundo acha que sabe fazer diagnóstico,
mas peca ao não conseguir montar um componente corretamente. Ocorre que para
trocar peças há manuais técnicos, com procedimento passo a passo, mas para
fazer diagnósticos corretos é preciso ter conhecimentos além da ferramenta. É
preciso estudar, pois aprender é sempre uma boa.
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