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Farol Alto

Eficiência é o nome do jogo

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


O motor EcoBoost 2.0l chega ao Brasil no Ford Fusion 2013 - 4 cilindros com 250 cv e 34,5 kgfm de torque
Boletim 29/2012 – 26 de setembro

Alexandre Akashi

O motor a combustão interna está com os dias contados. Acredito que o mundo já podia ter se livrado deles, afinal temos tecnologia para fazer veículos elétricos em série, mas isso ainda não é economicamente interessante. A substituição da matriz energética será gradual.

Assim, penso que ainda teremos uns 7 mil dias de desenvolvimento de motores Ciclo Otto e Diesel, e, depois, mais uns 3,5 mil dias até que grande parte da frota seja substituída pela nova tecnologia, seja ela qual for.

Isso se até lá não desenvolverem um composto orgânico ou sintético que cause o mesmo efeito do petróleo e que seja sustentável e mais barato do que os atuais acumuladores de energia (baterias). Então, a verdade é que durante um bom tempo ainda teremos motores Ciclo Otto e Ciclo Diesel nas ruas.

Por isso estes motores estão evoluindo e a onda agora é tirar mais potência e torque sem aumentar o tamanho, de preferência, diminuir. As montadoras de origem européia saíram na frente, e logo todos os carros terão injeção direta de combustível e turbo.

O brasileiro já ouviu falar em motor de injeção direta de combustível e também de turbocompressor. Estão em carros de luxo, ainda caros para a maioria dos consumidores, mas logo ganharão os modelos mais em conta. Isso porque eficiência é o nome do jogo.

Atenta, a Ford anunciou que vai substituir o V6 3.0l de 243 cv e 30,8 kgfm (potência e torque) do Fusion por um quatro-cilindros 2.0l com injeção direta e turbo de 250 cv e 34,5 kgfm, o primeiro da linha EcoBoost que desembarca no Brasil.

Menor e 25 kg mais leve, porém com mais força e potência, o EcoBoost 2.0l é todo de alumínio, e a maior novidade é o sistema de duplo comando independente de válvulas variável, que permite uma lavagem mais eficiente da câmara de combustão.

Pena que não será fabricado no Brasil. Os planos da Ford é que no ano que vem, 90% dos veículos feitos lá tenham motores da família EcoBoost, que conta também com um tri-cilíndrico de 1.0l, o quatro-cilindros de 1.6l, e um V6 de 3.5l. Por aqui, em 2013, somente o Fusion. Pode ser que outros modelos importados do México ganhem upgrade de motor, como o New Fiesta (neste caso o 1.0l, que rende 100 cv).

Mas, voltando ao 2.0l do Fusion que vem para o Brasil, trata-se de um motor com injeção direta de combustível com pressão de trabalho de 2.200 psi, e turbo de baixa inércia BorgWarner K03, com intercooler para resfriamento do ar.

O que torna possível extrair tanta potência de um conjunto mecânico destes é a eletrônica, não tenha dúvidas. Assim, é válido pensar em voltar a estudar. Começar a se preparar para uma nova fase da evolução dos motores Ciclo Otto.

Já se fala em ECU de 128bits, com maior capacidade de processamento, o que significa agilidade nos cálculos e melhor controle e gerenciamento do motor. Mais sensores serão utilizados, uma vez que o número maior de informações reflete positivamente na qualidade da queima do combustível.

Mais peças, mais chances de haver problemas, pois de certa forma, um componente eletrônico com pequeno atraso de resposta pode prejudicar todo o conjunto. E estes componentes, apesar de serem caros no mercado de reposição, são produzidos aos milhões (o que aumenta as chances de aparecer um com pequeno erro, quase imperceptível, mas que causa transtorno).

Volkswagen (Jetta, Tiguan e Passat), Chevrolet (Captiva, Malibu, Omega e Camaro), Peugeot (308 CC, 3008, 408, 508 e RCZ), Citroën (DS3), Audi (todos), BMW (todos), Mercedes-Benz (todos), Mini (todos) e Volvo (todos) são algumas marcas que já utilizam a tecnologia da injeção direta nos motores e têm pelo menos uma aplicação no Brasil.

Agora, com a entrada da Ford, a lista engorda e, em breve, outras virão pois as leis ambientais assim exigirão. Pode ser que aqui sejam mais brandas, mas a Ford já iniciou inclusive o desenvolvimento da tecnologia para utilização com etanol. O resultado não deve demorar muito para sair.

E assim que isso ocorrer, haverá produção interna destes motores. E quando isso começar pode dar adeus aos motores de injeção indireta, pois quem ficar fora do jogo da eficiência, vai perder mercado.

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