Alexandre Akashi
Iveco apresenta logo mais o novo semipesado Tector |
Nesta semana conversei com meu bom amigo Sergio Torigoe,
da Auto Elétrico Torigoe, que me contou o quanto tem atendido empresas de
transporte, com pequenas frotas de caminhões leves, para fazer entregas
urbanas. O que me impressionou é que se tratam de veículos novos, com poucos
meses de uso, mas que necessitam de cuidados especiais.
Um deles, um Iveco Daily 2011, precisou de uma central
eletrônica nova, pois o dono do carro o deixou em um lava rápido onde soltaram
os terminais da bateria e, na hora de prender, não apertaram os parafusos
direito nos terminais. Resultado: ECU queimada. Um detalhe: a Auto Elétrica
Torigoe foi recomendada por uma oficina que havia sido recomendada por outra
que, por sua vez, foi recomendada pela oficina que o dono da Iveco utiliza
normalmente.
Sonho de consumo: SLS 63 AMG |
O recado que quero dar a vocês esta semana é sobre
sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo. Nas minhas andanças
pelas oficinas tenho reparado que o movimento não está mais tão intenso quanto
foi nos anos anteriores, quando a inspeção veicular tomou conta da cidade de
São Paulo e provocou uma corrida às oficinas para regular o motor do carro e
evitar assim multas por falta de licenciamento.
Isso já era esperado. Afinal, quem regulou o motor do
carro no ano passado, e rodou 10 mil km no ano, muito provavelmente não vai
precisar de nova revisão este ano. Ainda mais se o carro tem dois ou três anos
de uso.
A queda de movimento traz oportunidades que apenas alguns
estão preparados para enxergar. A Volare já vislumbrou um pouco isso e a
Urba-Brosol, também. O dono da oficina tem tudo na mão para fazer isso, basta
ter um pouco de paciência. Estou falando de pró-atividade no serviço de
atendimento ao consumidor.
Já foi o tempo em que ganhar dinheiro era tão fácil
quanto abrir a porta da oficina, pois a sua era a única do bairro. Agora
caminho por ruas que perco a conta de quantas oficinas tem ao longo de dois km
de via! Impossível isso, não?
Assim, ficar de braços cruzados não resolve. E o que as
marcas citadas acima têm feito? Ido atrás do cliente, oferecendo produtos e
serviços diferenciados para que eles se sintam confortáveis em comprar os
produtos deles.
No caso da Volare, não sei porque ainda não utilizam a
vasta rede de oficinas existentes no Brasil para oferecer suporte técnico aos
clientes. Tudo bem que os veículos que produz tem perfil urbano, rodam, na
maioria, dentro das cidades e raramente são usados em percursos intermunicipais
ou interestaduais. Assim, com uma rede já instalada, basta proporcionar o
socorro remoto.
As oficinas de uma determinada região podem se unir em
grupos para atender melhor todos os clientes ao redor. Conheço casos de pessoas
que viajam 100 km, 200 km, até 500 km para levar o carro em uma determinada
oficina. Por que? Porque lá recebe o tratamento que acha justo.
Nem todas as oficinas estão preparadas para atender os
mais variados tipos de carros existentes. Em um mundo perfeito, o carro não
quebra, e se isso ocorrer, a montadora tem um representante que busca o carro
dele no local, faz a manutenção e devolve. Se possível, nem leva o carro para a
oficina, conserta no local.
Este talvez seja um caminho: consertar no local. 90% do
problema do veículo é possível resolver com um bom diagnóstico e, para saber
fazer diagnósticos corretamente é preciso estar preparado tecnicamente, e
também ter vivência. Um problema que ocorre com frequência é facilmente
identificado.
Assim, vale a pena repensar a forma como você trabalha,
os clientes que você atende, o tipo de carro que você conserta. Comece a
levantar as informações sobre a sua oficina, os seus clientes, os problemas que
eles te trazem para resolver. Pode ser que você esteja caminhando para um lado,
quando na verdade deveria ir para outro.
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