Boletim 8/2012 – 2 de maio
Alexandre Akashi
Nas últimas semanas tenho escrito para os caros leitores
sobre a importância de evoluir nos negócios, uma vez que os veículos têm
apresentado cada vez mais tecnologias, inclusive e principalmente no sistema de
trem de força, que os fazem similares independente da quantidade de rodas ou
combustível.
Assim, automóveis de passeio, comerciais leves, pesados,
motocicletas e tudo mais com motor a combustão interna utiliza sensores e
calculadoras eletrônicas para fazer a parte mecânica trabalhar da forma mais
eficiente possível, sob o ponto de vista das emissões de gases poluentes (e não
da performance).
Pois bem. Recentemente, estive na oficina de um grande
amigo, Sérgio Torigoe, proprietário da AutoElétrico Torigoe, onde tive um grata
surpresa ao ver que a esposa dele, Vanessa Martins Torigoe, nutricionista de
formação, agora é exímia administradora de oficina.
Vanessa já acompanha os passos do marido há tempos, e por
ter decidido encarar de frente o desafio de administrar uma oficina, dá o
melhor de si. Claro, este é o ganha pão da família, e vivemos em um mundo muito
competitivo, em que a informação é a chave para o sucesso.
Guardem bem esta frase: ‘A informação é a chave para o
sucesso’. Parece frase feita, e é, mas acompanhe o raciocínio: quais serão os
números sorteados na próxima extração da loteria? Se você souber, fica mais
fácil ganhar, não?
E na bolsa de valores? Quais ações vão subir ou descer? Se
você tiver essa informação, sabe quais deve comprar e quais deve vender, e
assim fazer um monte de dinheiro. Mas, Alexandre, é impossível prever a loteria
e a bolsa de valores! A loteria, sim, mas a bolsa, nem tanto.
Um aplicador experiente, conhecedor do mercado,
estudioso, sabe ler os gráficos e analisar as tendências de alta e baixa das
ações, simplesmente por acompanhar as notícias das empresas. Uma empresa que
valorizou muito acima do esperado em curto prazo de tempo, tende a sofrer em
breve uma desvalorização e manter assim seu valor equilibrado no mercado
durante algum tempo.
Mas, somente se o aplicador estiver bem informado sobre o
mercado saberá quais são os melhores momentos para comprar e vender as ações
desta empresa. Em uma oficina mecânica, ocorre o mesmo e foi justamente o que
presenciei na AutoElétrico Torigoe. Com o decorrer do tempo, Vanessa se tornou
uma expert no negócio, não porque sabe consertar os carros que entram na
oficina, mas porque tem todas as informações que precisa para tomar a melhor
decisão.
A AutoElétrico Torigoe faz parte da rede Eco Car e também do GAEQ – Grupo
Automotivo Excelência e Qualidade, que conta com apoio do Projeto Empreender,
do Sebrae. Ao participar deste projeto, Vanessa vislumbrou um futuro para o
negócio da família. Enquanto o engenheiro elétrico Sérgio resolve os problemas
técnicos, ela cuida da parte administrativa.
Esta é uma receita já conhecida. O homem na técnica e a
esposa no escritório. Porém, o que diferencia Vanessa da maioria das esposas é
que ela tem organizado a parte dela de forma profissional, tal como vemos em
grandes corporações. Se por um lado Sérgio domina a técnica, por outro Vanessa
dá show no administrativo da empresa.
E, o melhor de tudo, é que Vanessa construiu a gestão de
forma sólida, tanto que se algum dia ela faltar, qualquer pessoa que saiba ler,
escrever e interpretar um texto executa as tarefas que hoje ela faz. Assim, já deixou
de ser uma administradora, e se tornou gestora do negócio da família.
Esta é, portanto, o auge da evolução. Mas erra quem pensa
que acabou ai o trabalho. Muito pelo contrário. Agora é que começou a parte
mais interessante. Com as informações sobre o negócio cada vez mais apurados, Vanessa
tem agora a faca e o queijo na mão. Sabe onde deve investir o dinheiro da
empresa para conseguir fazer mais por menos e, manter-se assim competitiva, sem
precisar cortar custos onde não deve, sem precisar pegar serviço ruim só para
não ficar parado, pois muitos destes não pagam nem os custos.
Tudo bem, a oficina ainda é pequena, conta com poucos
colaboradores, mas eles já sabem que mercado querem atingir, quem são os bons e
maus clientes, e como negociar com eles. Quem são os bons e maus fornecedores,
os bons e maus colaboradores. São os senhores do próprio negócio e não há quem
diga a eles o que devem fazer e como, pois sabem andar com as próprias pernas. Tudo
isso porque têm feito da informação a chave para o sucesso.
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