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Farol Alto

Sensores e módulos: para que tanta eletrônica embarcada?

terça-feira, 11 de outubro de 2011


Alexandre Akashi

Os amigos reparadores vão concordar que a cada dia que passa a quantidade de sensores, módulos e traquitanas eletrônicas aumenta nos veículos, independente de marca e modelo. Isso tem ocorrido até mesmo nos mais populares, e existe uma boa explicação: o baixo custo destes dispositivos, frente aos benefícios que agregam.

Se antigamente (uns 10 anos atrás) um microchip custava 10 dólares, hoje o mesmo microchip custa centavos de real. E se há 10 anos trazia determinado beneficio a um carro de luxo, hoje é de uso obrigatório em qualquer modelo popular. Frente a este raciocínio, é certo pensar que daqui a 10 anos, nossos Gol, Celta, Ka, Palio etc., contarão com alguns recursos que hoje vemos nos Audi, Mercedes-Benz, BMW etc., certo?

Corretíssimo. E, pior, novas tecnologias virão para tornar o automóvel um bem cada vez mais descartável, tal como um eletrodoméstico. Quem conserta liquidificar hoje em dia? Quebrou? Joga fora e compra um novo. Vale mais a pena. Mas voltando à quantidade de dispositivos eletrônicos no carro, afinal, para que tantos sensores, fios, redes de comunicação, uma parafernália que complica tanto o diagnostico e o "tratamento" do "paciente"?

Uma das respostas é a segurança e outra o meio ambiente. Mas, a principal é custos (ou o corte deles, para a montadora, claro). Depois que incorporaram a eletrônica nos sistemas de injeção e ignição, as montadoras descobriram um 'admirável mundo novo', onde quase tudo é possível, e, com a popularização dos sistemas computacionais (as centrais de inteligência artificial) quase tudo que funciona mecanicamente pode ter um controlador/gerenciador eletrônico; inclusive ajustes de assentos, abertura de portas, engate de cintos de segurança, pressão dos pneus, o que você imaginar.

Segurança
A eletrônica a favor da segurança. Um bom título, mas um tanto o quanto manjado. Mas, ainda tem montadora que precisa atualizar os programas de controle e gerenciamento do acelerador eletrônico em relação a isso, principalmente nos modelos com transmissão automática.

Em resumo, quero dizer que independente da posição da alavanca de marcha (engatado ou em neutro) e do movimento das rodas, se um pé estiver pressionando o acelerador e o outro o freio, qual deve prevalecer? Qual deve ser a atitude da central eletrônica? A resposta correta é: desacelerar, fechar a borboleta, cortar o funcionamento do motor.

Por este motivo, segurança é, inclusive, um dos principais fatores da existência do acelerador eletrônico. Diferentemente do passado, agora quem controla a aceleração do veículo é o computador. O motorista apenas sugere o que quer fazer, enquanto o computador decide o quanto o carro vai acelerar naquele momento, dependendo da carga, do tipo de terreno, da velocidade atual.

Depois de analisar todas essas informações, o computador vai determinar quanto a borboleta deve abrir e quanto combustível deve ser injetado para satisfazer o desejo do motorista. Quando tudo está Ok, o tempo de reação do sistema é imediato, o motor funciona redondo, com economia de combustível e sem emitir poluição em excesso, mas se há qualquer tipo de falha, pode haver uma demora na resposta e é neste momento que o reparador precisa estar preparado, pois nem sempre a o scanner indica o real defeito.

Quantas histórias conhecemos de defeitos que o scanner apontou para o bico injetor e na verdade era bomba de combustível? Ou senão bateria? Ou ainda sensor de massa ou fluxo de ar? Isso acontece porque os programas dos scanners não lêem os sensores e demais componentes do sistema de injeção individualmente, mas, sim, alguns componentes chave, que quando apresentam funcionamento irregular, fazem uma anotação de defeito na central eletrônica.

Cabe ao reparador raciocinar e chegar ao diagnóstico correto, o mais rápido possível. Isso acontece com a saúde das pessoas também. Já soube de dores de dentes que na verdade eram provocadas por sinusite, o entupimento das vias nasais era tão grande que refletia nos dentes, mas estranhamente não causavam dores de cabeça, um dos sintomas mais comuns da sinusite.

Assim, no caso do defeito acusado nos injetores, mas que não era nos injetores propriamente ditos, vale a pena checar o estado deles, fazer os testes de vazão e equalização, e também testar a bomba de combustível, o vácuo e a tensão da bateria.

É possível escrever um livro somente sobre o acelerador eletrônico, pois partir deste dispositivo outros mais complexos foram desenvolvidos, como os sistemas de piloto automático, que mantém a velocidade constante e acelera ou desacelera o motor de acordo com a característica da pista.

Assim nas próximas semanas falaremos mais sobre este tema, assim como os demais dispositivos que utilizam muita eletrônica para proporcionar segurança (como os sistemas de freios antibloqueantes de rodas, controle de estabilidade, entre outros) e redução de emissões de gases poluentes.

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