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Farol Alto

Como o carro pensa

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Boletim 35/2012 – 7 de novembro

Alexandre Akashi

Poucos sabem, mas o carro pensa. É certo que pensa de forma binária, com zeros e uns, mas é a partir desta linguagem simplista que ele comanda todos os sistemas que fazem com que o motorista saia do ponto A e chegue ao ponto B.

Para entender essa linguagem é preciso fazer cursos específicos. Esta semana, o Sindirepa-SP anunciou o lançamento do curso Formação de Mecânicos para Inspeção Ambiental Veicular, com apoio da Controlar e patrocínio do Sebrae-SP. A próxima turma ocorre neste sábado, dia 10, em Santana (Rua Duarte de Azevedo, 280/282), das 8h às 13h.

Atualização técnica e aprendizado é o tema do boletim desta semana, pois descobri, lamentavelmente, que muitos reparadores não sabem o básico, ainda, que é apertar parafuso. Imaginem fazer diagnóstico! Não é errado não saber, mas não querer aprender, ou achar que não precisa aprender, é.

O treinamento do trio Sindirepa-Controlar-Sebrae mostra quais itens do veículo devem ser verificados na pré-inspeção, e contará inclusive com certificado, emitido pelo Sindirepa-SP, em nome do profissional e da oficina. Além de aprender mais sobre as técnicas da Controlar, o participante recebe dicas para a gestão das oficinas mecânicas, ministrado por profissionais do Sebrae-SP.

O presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola comenta que o objetivo da parceria entre o sindicato e a Controlar é oferecer aos profissionais de reparação automotiva o know-how para que possam atender seus clientes da melhor forma possível e contribuir com a cultura da manutenção preventiva.

Já na visão do presidente da Controlar, Harald Peter Zwetkoff, a parceria representa um grande avanço para a inspeção veicular, pois os treinamentos aumentará a valorização de mercado dos profissionais e das oficinas de reparação automotiva.

Quem fizer o curso ganha o Checklist do Mecânico, elaborado pela Controlar. Trata-se de um guia que traz um passo a passo para orientar o profissional da reparação a deixar o veículo apto a passar na inspeção. Quero ver técnico da empresa de vistoria encontrar ‘pelo em ovo’ depois disso. Vai ser engraçado.

Pensar
Para consertar carros hoje em dia é preciso pensar, e pensar como o carro pensa. Já se foi o tempo em que tudo era mecânico e simples, e de uma forma direta, se encontrava o defeito. Exemplo: não chega combustível no carburador. Principal causa de defeito: bomba de combustível queimada.

Hoje, se não há injeção de combustível, o defeito pode ser em diversos componentes e, para saber onde está o problema, é preciso pensar. O diagnóstico automotivo deve ser feito a partir de uma série de testes, a partir do mais simples, que é conferir a tensão da bateria. Isso porque o motor a explosão agora conta com controle eletrônico de gerenciamento de injeção de combustível, algo que já existe há mais de 20 anos, mas continua dando baile em muito reparador por ai.

Controle eletrônico de gerenciamento de injeção de combustível. Eita palavrão! Isso nada mais é do que uma calculadora, que a partir de uma série de informações decide quanto combustível deve ser injetado no motor para atender à demanda do motorista, que é definida pelo pé no acelerador.

E como toda boa calculadora, quanto mais informação, mais preciso é o resultado. O gerenciamento eletrônico veio para tornar os motores a explosão menos poluentes. Ao mesmo tempo, ficaram mais econômicos. E a tendência é que os sistemas de controle eletrônico fiquem vez mais complexos, pois os calculadores estão cada vez mais velozes e conseguem computar mais dados.

Não é à toa que nos Estados Unidos o presidente Barack Obama (que acaba de ser reeleito) desafiou as montadoras a fazerem carros em 2025 com consumo médio de 54,5 milhas por galão (algo em torno de 23,13 km/l). O mesmo tem ocorrido no Brasil, com o recém-lançado Inovar- Auto, em que o governo brasileiro impôs às montadoras a produção de carros mais eficientes, com redução médio de consumo de 13,6% até 2017.

Assim, mais sensores e novos dispositivos serão instalados, para que haja mais informações, para que o carro rode com menor consumo de combustível possível. O diagnóstico vai ficar mais complexo e quem não souber o básico, vai ficar à ver navios.

Por isso, é preciso aprender como o carro funciona e por que as montadoras gastam tanto dinheiro para incrementar o que há pouco mais de 20 anos era simples. 

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