A importância do marketing

Boletim Reparador Online

Número 39 – ano 3

Alexandre Akashi

Ocorreu ontem na cidade de São Paulo, o 19º Seminário da Reposição Automotiva que teve como grande destaque a palestra do professor de marketing Claudio Tomanini, profissional com mais de 30 anos de experiência, cinco livros publicados e outros números na casa dos milhares que agregam valor e expertise às palavras que pronuncia em cada apresentação.

Outros palestrantes de destaque foram a executiva Lúcia Moretti, vice-presidente Senior da Delphi e presidente da Delphi Soluções em Produtos & Serviços, e o economista Luiz F. Figueiredo, sócio-fundador e membro do Comitê Executivo da Mauá Sekular Investimentos.

Lúcia mostrou um panorama do setor de aftermarket mundial e apresentou onde estão as oportunidades de negócios para a indústria de autopeças e equipamentos de reparação, com uma análise profunda do funcionamento das cadeias de suprimentos em locais como Estados Unidos, Europa e Ásia, em comparação com o Brasil.

Já o economista Luiz Figueiredo traçou o atual cenário macro econômico e apontou soluções para a sobrevivência da indústria no País, que vive um momento de demanda muito superior à oferta, o que segundo ele é um prato cheio para a inflação. "Temos de reduzir a demanda", afirmou ao justificar que só assim será possível retomar o crescimento.

Esta foi, sinceramente, a primeira vez que escuto um economista dizer que é preciso consumir menos. O problema da falta de uma política industrial coerente chegou a um ponto que é mais fácil empobrecer a população, para que consuma menos, do que incentivar o aumento de produção e otimização dos processos.

Aliado à falta de uma política industrial robusta e permanente, o País carece de uma política de educação econômica, pois o brasileiro infelizmente vive para o momento, e não tem o hábito de poupança. Mas, também, quem quer deixar dinheiro no banco com um sistema financeiro como o nosso?

Mas, voltando à palestra do marketeiro Claudio Tomanini, chamou atenção a desenvoltura do palestrante, que manteve a audiência por mais de uma hora atenta às suas piadas. Entre uma e outra, dava seu recado: não existe desculpa para não vender e não atingir as metas, pois hoje em dia existem técnicas infalíveis para o consumidor pagar o preço que você quer e ainda assim se sentir satisfeito.

Parece incrível, não? E é. Mas, demanda trabalho, disciplina, perseverança, auto estima, e tudo aquilo que quando a maioria das pessoas acorda tem preguiça de fazer. Demanda, acima de tudo, pensamento positivo, sempre. Preparação de espírito. Pense assim: o não eu já tenho. Tal como quando vai abordar uma garota. Ou um garoto (para as meninas, acho).

Porém, é importante saber que mercado quer atuar. Que tipo de cliente quer atender. Que valor quer que seu serviço e sua mão de obra tenham. Valor. Esta é uma palavra chave. Quanto vale sua mão de obra? R$ 10/hora?, R$ 20?, R$ 100?, R$ 1.000? Depende de você. "Ah, Alexandre, mas meu cliente não paga".  Não mesmo? Será?

"Ah, Alexandre, mas tem lugar que faz o mesmo que eu e cobram menos". E por isso você vai baixar seu preço? Só por isso? Preço. Essa é outra palavra chave. Preço é quanto cada um cobra por um produto, um serviço.

Por que o preço da Coca-Cola é maior do que de outros refrigerantes? E, só por isso vocês acham que vende menos do que a concorrência? Coca-Cola é o refrigerante que mais vende no Brasil. Por que? Porque o consumidor vê valor no preço que paga pela Coca-Cola. Ponto.

Sobre este tema, recomendo que assistam ao videocast Nakata com o especialista em marketing Luciano Pires, disponível no site da Nakata (www.nakata.com.br). Em uma série de 12 episódios, Pires explica como fazer de seu negócio um sucesso, com todos os elementos que o palestrante Claudio Tomanini citou no Seminário da Reposição, ontem.

Se a oficina está vazia e você de braços cruzados saiba que se você permanecer assim, a oficina não vai ter movimento nunca. Não o que você sempre sonhou. E, se você se mata de trabalhar mas nunca consegue ganhar dinheiro, é porque está trabalhando errado. Porque existem mais de 30 milhões de veículos nas ruas que precisam de manutenção diariamente. E, desses montante, você só precisa reparar 100 carros por mês para ser bem sucedido. Assim, mãos à obra.