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Farol Alto

Desafios na reparação automotiva

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


Boletim 36/2012 – 19 de dezembro

Alexandre Akashi

Antes de tudo, feliz Dia do Mecânico (20/12). Apesar de ainda não haver um dia específico ao reparador automotivo, este fica subentendido como tal. É uma data para se comemorar as conquistas e refletir sobre os desafios, tanto como técnicos quanto como empresários.

Os desafios técnicos crescem diariamente. A cada novo lançamento da indústria automotiva, tecnologias ganham popularidade e o que antes era visto apenas em modelos de luxo, alto custo e pouco volume, hoje aparecem em carros menores, populares.

Além disso, com o aumento da oferta de crédito ficou mais fácil a aquisição de veículos zero km, inclusive os mais sofisticados. Assim, todos comemoram crescimento de vendas, maior volume de serviços etc., mas pouco se lembram de passar informações detalhadas sobre os produtos e as tecnologias.

Um caso interessante para ilustrar tudo isso. Ontem, em conversa com o amigo Sérgio Torigoe, da AutoElétrico Torigoe, falávamos sobre as novas tecnologias automotivas quando ele lembrou de um episódio recente que passou com um cliente, que há pouco tempo comprou um Chevrolet Captiva.

Excelente automóvel, tem tecnologia de ponta e preço razoável para os padrões brasileiros. É carro que não deveria frequentar oficina fora da rede concessionária, certo? Até certo ponto sim, mas quando a rede não consegue encontrar o problema, a quem o dono do carro recorre?

Foi o que aconteceu. O Captiva começou a apresentar problema de dirigibilidade. Ao entrar em curva, acionava sozinho ABS, ESP, EBD e tudo mais que tinha direito em tecnologia de segurança ativa, para não capotar. O detalhe é que fazia isso em qualquer velocidade, inclusive devagar. Por que?

Uma rápida examinada foi o bastante para descobrir que os sensores de pressão dos pneus informavam números ilógicos para a central. Cada pneu estava com uma pressão diferente, apesar de os quatro estarem devidamente calibrados. Claro que a primeira ideia que vem à cabeça é: vamos trocar os sensores.

Dito e feito e nada resolvido. O defeito continuava. Uma volta para testar e fazer o carro se adaptar aos novos sensores, mas nada feito. Mais de meio dia de trabalho, até que conversou com um borracheiro que deu a dica: às vezes, os sensores perdem os parâmetros e é preciso fazer o ‘ajuste do processo de correspondência do Sistema de Monitoramento da Pressão dos Pneus’.

Onde está a informação: na seção 13-13 do manual do proprietário. Interessante notar que a informação consta nos manuais de 2008 a 2011, mas não está no de 2012 (Clique aqui e baixe os manuais).

 
Administração
Se por um lado a técnica continua desafiando o profissional, por outro ainda falta a muitos o conhecimento básico de administração de empresas para transformar o negócio em um empreendimento de sucesso.

Este é o tipo de mentalidade que precisa mudar. A partir do momento que o técnico decide abrir uma porta para atender o consumidor, abre assim um estabelecimento comercial público, precisa coletar informações e, a partir disso, elaborar um planejamento de atividades.

Ah, Alexandre, isso é perda de tempo! Meu negócio é ficar sob o capô, mexendo no motor, ou sob o carro, fazendo reparo no carro! Por isso você precisa de ajuda. Precisa de alguém que cuide de todo resto para que você seja operacional.

Enquanto você está trabalhando no carro, quem atende ao telefone? Quem vai ao banco pagar as contas? Quem liga para a loja de autopeça para comprar os itens necessários para fazer o serviço? Quem emite NF e quem organiza tudo? Esses são os serviços simples.

Os mais difíceis são entender por que em determinadas épocas do ano aparece mais ou menos clientes? Quais carros esses clientes levam na sua oficina? Que ferramentas e equipamentos você deve comprar para atendê-los? Vale a pena investir em um espaço maior? Vale a pena pegar carro X ou Y para trabalhar?

É no campo administrativo do negócio que você descobre se está tendo lucro ou não, e onde o dinheiro suado ganho está sendo aplicado. Por isso, se você fica somente sob o capô, pode ser que precise ampliar o campo de visão. 

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